VIXE MARIA É SEGUNDA-FEIRA!

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N°273 VIXE MARIA É SEGUNDA FEIRA!

Home! Saia da cama

Deixa de choradeira

Vá! Chega de trololó

Sacode esta poeira

Que o dia já raiou

Hoje é segunda-feira!

Pisa com pé direito

Acabe esta peleja

Peça o nosso senhor

Onde quer que esteja

Que te dê um bom dia

E que a todos proteja

A prosa é este tema

Segunda é dia de SÂO

Me desculpem os Caxias

Estão sempre de plantão

Toda segunda tem culpa

E não quero discussão

Segunda dia de buscar,

O perdido na semana

Se atolar no trabalho

Deixar de ser sacana

Só pra não se sair mal

E querer ser o bacana

A segunda-feira traz

Pontinha de saudade

Do final de semana

O desanimo a idade

Pois a próxima sexta

Terá mais maturidade

Seu colega de trabalho

Que te para no café

Só pra querer te contar

O que ele cedo não é

Mas é o dia do Timão

Você levanta com fé

Toda segunda-feira

Continua nestes termos

Trabaaaaaaaaaaaalho

Pra poder sobrevivermos

E não deixar de trabalhar

Com pensamentos ermos

Vivo! Com ou sem contas

E tudo que imaginar

Almoço janta e café

Bancos, filhos pra criar,

O trânsito está de volta

Não adianta se queixar

Duplicatas e cheques,

A reforma volta também

Os problemas esquecidos

E ninguém é de ninguém

Pois a semana já passou

E amanhã outra já vem

Não vivo sem os amigos

É até uma ressurreição

Após via-crúcis semanal

Ação, atenção, oração,

Dobrar, estudar, malhar,

Dia de alta recuperação

A Segunda é preguiçosa

Tem uma ex-namorada

Vem com todos os fatos

E fotos da sua jornada

Que você quis esquecer

E esta bem ali declarada

È começo de dieta

Dia de fazer relatório

De voltar pra histeria

Depois ir ao consultório

Quase enfartar de stress

De ouvir tanto falatório

Posso chamar “dia útil”

A pergunta é pra quem?

Pode ser que pra você

Se o mesmo lhe convém

Pode ser pra seu vizinho

Ou da vida de alguém

Da sua é que não é

Veja se tem sentido

O importante é estar

Pra não ser demitido

Vá caçar o que fazer

E larga de ser metido!

Terça-feira por exemplo,

Após o meu trabalho

Rodada dupla de Chopp

Esta eu sei que não falho

Quarta-feira tem futebol

Depois que eu malho

Noutro dia aproveito!

Na quinta tem pelada

Reúno com os amigos

Pra tomar uma gelada

Reservo a sexta-feira

Só para minha amada

Sábado, domingo: Praia.

Vou ao Farol da Barra

Chamo todos os amigos

Faço grande algazarra

Festejando o dia todo

Bebendo fazendo farra

Eu quero te alertar

Dos ataques silenciosos

Para que você se previna

Dos mais gananciosos

Que em final de segunda

Prospera os perigosos

O pior dia da semana:

Tem esporro do patrão

Enorme dor-de-cabeça

Tem segunda opinião

Fazer nada e mais nada

Sem nenhuma conclusão

O melhor dia da semana:

Fica então mais distante

Da próxima segunda

Dá pra fugir bastante

Segundo estudiosos:

Da sua luta constante

Esse dia que não existe

Que é a tal segunda-feira

Ao menos na natureza

Já é muita baboseira

Doença por saco cheio

E um montão de asneira

Vontade incontrolável

De fazer porra nenhuma

Os sintomas desaparecem

Somem sem dor alguma

Recomeça na sexta-feira

Quando volta a tomar uma

Dia que você já deve!

Quer muito é descansar

Mas as dívidas persistem

Você tem que trabalhar

Acorda cedo de manhã

Com recado no celular

Obrigatoriedade,

Anticoncepcional,

Simples e eficiente

No domingo matinal

Não há quem não broche

Neste dia anormal

Cansado e sonolento

Não tem cachorro-quente

Hambúrguer e miojo

Nem parente nem cliente

Nada de guloseima

Nem mulher que o aguente

Dia internacional

Via vagabundagem

Dedicado à lua

Dia da vadiagem

Dia de ver defuntos

Dia de malandragem

Se quiser mais me diga

Um Cordel pra variar

Então faça a sua parte

Que quero negociar

Será que toda segunda

Vou ter que te aturar?

Já demorei bastante

Pra que mais me alongar

Amanhã é terça-feira

Você volta a trabalhar

E este novo folheto

Você tem que me comprar

DIREITOS RESERVADOS A AUTORA: JANETE LAINHA COELHO

400 FOLHETOS DE LITERATURA DE CORDEL

MESTRE DA CULTURA POPULAR

Opinião, sugestão e aquisição.

Para: Janetelainha@hotmail.com

"O povo é o maior mestre." (Cícero)

“Nós contamos ao público de que modo o gato está pulando. O público tomará conta do gato.”  (Arthur Hays Sulzberger)   

“O que a mídia de massa oferece não é arte popular, mas entretenimento que é destinado a ser consumido como comida, esquecido, e substituído por um novo prato.” (W. H. Auden)

Janete Lainha
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Janete Lainha
Professora/cordelista